quarta-feira, 4 de março de 2009

A reeleição da corrupção

Cerca de um mês antes das eleições de 1998, ante o crescimento da candidatura oposicionista de Luís Inácio Lula da Silva, a mídia oficialista paulistana cristalizou a informação de que a falência do País era iminente. O que, de certa forma, era verdade! Mas, o País já “falira” outras vezes durante aqueles quatro primeiros anos de Governo FHC, sempre socorrido por “grandiosos” empréstimos de fontes como o Fundo Monetário Internacional.

A mesma mídia oficialista, acentuando a imagem do “catastrofismo” de gestão (sobretudo da gestão corrupta de FHC), induziu a opinião pública a votar num candidato preparado para enfrentar à crise...

Lula foi ridicularizado em proporções inimagináveis...

Um insistente comercial burlando a proibição de matéria paga eleitoral, veiculado pelas Organizações Odebrecht, comparava, indiretamente, o candidato Lula a analfabeto... E concluía: “... se o seu candidato não sabe... mude de candidato...”.

O próprio Ministro-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ilmar Galvão, num lance que igualou o Brasil a qualquer republiqueta, teve a ousadia até de encampar a tese, publicamente, “de que era necessário eleger um Presidente preparado para enfrentar a crise...”. No caso, FHC: só havia ele! Assim, pregava a mídia oficialista-paulista (Estadão, Folha,Veja, ancorando a Rede Globo de Televisão). As provas temos ai, e a memória não se esgotou...

É claro que Galvão não foi dado por suspeito, nem foi afastado da Presidência do TSE, até prestou relevantes serviços à candidatura de FHC (1998). Aliás, a suspeição do Presidente da mais alta Corte Eleitoral do País (TSE), também, não se iria verificar, em 2002, quando a nata da advocacia brasileira a argüiu contra o novo Presidente, Ministro Nelson Jobim, que residia e dividia namoradas com seu colega de Ministério de FHC, Senador José Serra (PSDB), num apartamento funcional.

O próprio Jobim teve a cara-de-pau de negar (jamais deveria ser ele próprio o julgador do pedido) a suspeição argüida...

A verdade é que, por pressões do próprio Presidente dos EUA, Bill Clinton, o Fundo Monetário Internacional acabou emprestando US$ 40 bilhões imediatos ao Brasil, que permitiram ao Governo (FHC) gigolar o País por mais quatro anos...

Afinal, a reeleição, com todas as suas impurezas e vícios, fora montada em causa própria por FHC, em benefício próprio, no mesmo exercício eleitoral (1997-1998), com o recrutamento de votos pelo próprio Presidente da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães (PFL na época), levados à “operação” pelo Ministro das Comunicações, Serjão Mota (PSDB)... A nação teve a dimensão das “comunicações” praticadas por Serjão Mota, caixa de campanha das campanhas de FHC. Para muitos, o próprio “PC de FHC”!

Verdade seja dita: nem o Presidente Fernando Collor (PRN), em todo o seu desvario, teve a ousadia de nomear PC Farias Ministro de Estado! FHC peitou a ética, como de seu estilo, nomeando Serjão Mota, o “trator”! Só que no episódio da compra de votos parlamentares pelo grupo de FHC, para aprovação da reeleição, “o trator atolou”, como disse um jornalista de Brasília (Leonel Rocha?).

Bem, reeleito FHC, o Brasil implodiu: faliu de novo, naquela sexta-feira trágica de 29 de janeiro de 1999.

Enquanto isso, silencioso, beneficiário de todo o processo, tomava posse no Governo de Pernambuco o trânsfuga, hoje Senador Jarbas Vasconcelos, pela aliança PSDB (de Serjão Mota) e PFL (de Luís Eduardo Magalhães), com o candidato a Vice Mendonça Filho (PFL), não por acaso autor na Câmara dos Deputados da imoral Emenda da reeleição...

Nada a comentar, leitor!

Só recordar que, como “autêntico” do MDB, Jarbas Vasconcelos acabou se assemelhando ao colega, também “autêntico” (mesma época), Jader Barbalho (PMDB-PA)!
“Autênticos” em o quê? Que o leitor reflita...

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