sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A ascensão de John Kennedy (e Obama?)

A verdadeira Santa Trindade de Camelot era: seja bonito, espalhe confusão e trepe! Jack Kennedy foi o líder mítico de um período da nossa história. Ele falava bem e tinha um corte de cabelo estiloso. Foi morto no momento certo para a canonização. Sua chama eterna continua sendo alimentada por mentiras. Já é tempo de desmistificar aquela época e de construir um novo mito, indo da sarjeta aos céus.

James Ellroy
American Tabloid

Soltíssimas...

No restaurante do Senado, dia 17/02, o Senador Osmar Dias (PDT) já não confirmava “a precedência do Álvaro como candidato ao Governo do Estado”. “Não é bem assim....” dizia ele!


A candidatura Orlando Pessutti (PMDB), contida pelo atual Governador Requião, só terá condições de emergir após abril de 2010, quando assumir o Governo....


A candidatura Beto Richa (PSDB), que já tomou conta do partido, apenas se viabilizará quando a Executiva Nacional se convencer da total inviabilidade da candidatura do Senador Álvaro Dias (PSDB), o preferido.


Gleisi Hoffmann (PT), que nunca se entusiasmou com a candidatura à Assembléia Legislativa oferecida pelo partido, resolveu reassumir a candidatura ao Senado. Vai dominar o palanque de Dilma Rousseff (PT) no Paraná!


O Paraná corre o risco, ainda, de Gleisi como candidata ao Governo do Estado – por imposição do seu próprio partido (PT) – para melhorar o palanque da Dilma, no Paraná. Flávio Arns candidato a Deputado Federal (já até o foi, pelo PSDB!), Paulo Bernardo e Jorge Samek (não liberados pelo Presidente Lula, agora, candidato ao Senado por Pernambuco), permanecerão na equipe do futuro Presidente José de Alencar, ou Michel Temer...

Barak Obama?

. . .

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Espectro político especulável no Paraná para 2010

Candidatos ao Governo do Estado: Gleisi (PT), Osmar (PDT), Richa (PSDB/PPS) e Pessutti (PMDB). Hipótese em que Álvaro Dias estaria descartado...

Outra hipótese: Pessutti (PMDB)-Gleisi (PT), Governo e Vice, com Requião ao Senado...

Nova hipótese: Osmar (PDT)-Richa(PSDB), Governo e Vice, Senador Requião (!)

Hipótese mais difícil: Álvaro(PSDB)-Alexandre Curi(PMDB), Governo e Vice, Senadores Requião (PMDB), Gleisi (PT) e Osmar (PDT).

Puro-sangue: Álvaro (Governo) – Richa (Vice) PSDB, que enfrentaria Pessutti (PMDB)-Gleisi(PT), com Osmar (PDT) Senador nas duas situações!

Melhores Dias virão

- “Requião é carta fora do baralho!... Acabou!”.

A declaração infeliz do Senador Osmar Dias (PDT-PR), ele próprio um vacilante pré-candidato ao Governo do Paraná (mas, por segurança, também, ainda pré-candidato à reeleição ao Senado, onde conclui seu segundo mandato), é desmentida pelos altíssimos índices de aprovação popular registrados pelo Governador do Paraná (62% - Datafolha). Ainda que surpreendentes!

Requião, polêmico como é, conserva a exclusividade de ser o único candidato majoritário (Senado?), ainda, propagador de idéias, mantendo certa linha de coerência. A cena política do Paraná nas duas últimas eleições governamentais (2002 e 2006) revelou as candidaturas dos chamados irmãos Dias (Álvaro e Osmar), oscilantes parlamentares no espectro ideológico da cena política nacional (ora sociais-democratas, ora trabalhistas!), como herdeiros e catalisadores do voto conservador (e apoios ainda maiores), pelas suas linhas conservadoras de atuação parlamentar (os dois fizeram parte da base de sustentação do Governo FHC).

O próprio Osmar, que até o ano passado alinhava-se entre opositores do Governo Lula, agora, quando se colocam as posições para a competição do ano vindouro (2010), deixa-se cooptar pelo Presidente, aspirando representar o espectro situacionista (numa frente composta até pelo PT), enquanto seu irmão se mantém na vice-liderança da oposição (PSDB). Estamos diante de uma nova e mais moderna versão do “lernismo”.

Resta saber com quem marcharão as forças reacionárias, como o que inspirou os governos neoliberais que geriram o Paraná (mais especificamente, à frente da Prefeitura de Curitiba), na era Lerner-Tanigushi. Com quem votarão (e financiarão) forças econômicas alavancadas pelos Bancos Icatú, Itaú e Unibanco? E as multinacionais dos transgênicos, como Bünge, Cargil e Monsanto? E multinacionais como a Vivendi, a Chrysler e outras? Além das forças reacionárias ligadas ao agronegócio?

Como votaram, ainda, nas privatizações os irmãos Senadores Álvaro (PSDB) e Osmar Dias (então PSDB, hoje PDT)? Como se comportaram no caso mais escabroso do capítulo das privatizações-doações, mormente, no caso da Companhia VALE do Rio Doce (avaliada em cerca de US$ 400 milhões – sob as naturais dificuldades de avaliação do bilionário subsolo brasileiro), vendida R$ 3 bilhões (dinheiro do BNDES, com carência, 6% de juros ao ano mais TJLP, sem garantias reais – já que a própria VALE foi dada como garantia para o endividamento...)? O pior é que os adquirentes, antes mesmo de qualquer pagamento aquisitório, encontraram no caixa líquido R$ 750 milhões. A VALE acabou sendo vendida (com recursos do próprio vendedor, através do BNDES) por verdadeiros R$ 2,25 bilhões ao invés dos R$ 3 bilhões...

Ora, a CEDAE (Companhia de Águas do Rio) esteve cotada para venda por R$ 6 bilhões! E a própria COPEL andou por estes valores! Ora, a VALE (só através de sua potência mineral de Carajás – avaliada, hoje, em R$ 50 bilhões) é dez vezes maior patrimonialmente de que toda a Usina de Itaipu (binacional).

As posições do Governador Requião (único apoiador da candidatura presidencial de Lula, tanto em 1989, quando 2002, 2006 e 1994 e 1998, quando nenhum dos Senadores paranaenses o acompanhou) tem sido no sentido de sutil afastamento do Partido dos Trabalhadores e do Presidente Lula. Afinal, o PT teve candidatos próprios ao Governo do Estado em 2002 (Padre Roque) e 2006 (Flávio Arns).

O problema é que, em função do abandono pelo PT, o Governador Requião, em 2006, chegou a ter como candidato a Vice-Governador Hermas Brandão (PSDB), que, até hoje, lidera a corrente dissidente do partido, apenas impedido por decisão da Justiça Eleitoral.

Mas, não reside nisto a complexidade do espectro político paranaense.

O fim da gestão do Governador Requião revela a quase inevitabilidade de o próximo Governo (Álvaro Dias, Beto Richa ou Osmar Dias) ser um governo de linha neoliberal continuísta às gestões de Jaime Lerner, que ajudaram a dizimar o patrimônio estratégico do Estado do Paraná. Não por acaso, o mais provável candidato do PMDB, o futuro Governador, Orlando Pessuti, alinhar-se-á muito próximo a tal corrente de pensamento...

Nem o PT (seja com o Ministro Paulo Bernardo ou o Senador Flavio Arns) formou quadro político apto a enfrentar tal corrente conservadora... Quando muito, o PT apresentará a candidatura da advogada Gleisi Hoffmann, solitária presença progressista, num partido encantado com as benesses das tradicionais forças reacionárias rurais, do agronegócio e industriais, dos cartéis privacionistas. Pobre Paraná!

A provável candidatura do atual Governador Requião à Câmara dos Deputados – com o objetivo de aumentar o número de sua bancada – é outra infeliz garantia da ausência do contraditório na campanha eleitoral paranaense.

Estará excluída a universalidade dos debates... Que se transformarão em meramente fisiológicos! As obras do PAC terão destaque, como única pauta da campanha! Vão disputar sua operacionalidade, “operadores” com o Prefeito Beto Richa (PSDB) e a provável candidata do PT, Gleisi Hoffmann, que dará palanque à candidata do seu partido à Presidência da República, a hoje Ministra Dilma Rousseff.

Requião não está morto, como comemoram alguns apressados. Repetirá eleições para a Câmara dos Deputados, como as do Governador (de SP) Jânio Quadros em 1958. E do Governador (do rio Grande do Sul) Leonel Brizola (no Rio – então Estado da Guanabara) em 1962, quando um em cada três eleitores cariocas sufragou-o como Deputado Federal até hoje (proporcionalmente) mais votado do Brasil (264 mil votos num eleitorado de menos de 800 mil).

Com votação destacada, Requião já está lançado pré-candidato à Prefeitura de Curitiba em 2012, também, repetindo o ex-Presidente Jânio Quadros, que em 1985 se elegeu Prefeito de São Paulo (pela segunda vez – 1950 e 1985), encerrando sua vida pública... O futuro Prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), que se prepare!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Fluidos do carnaval

Nem a subida da Ministra Dilma Rousseff nas pesquisas - a partir da “pajelança” com os Prefeitos e as comemorações do aniversário do PT, em Brasília - convence o Governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) a mudar de postura: continua candidato à reeleição, recusando o convite de Lula para ser o candidato a vice de Dilma.

Muito antes da “cristalização” da chapa "DILMA (PT) – MICHEL TEMER (PMDB)", única hipótese de unir o PMDB em torno de um nome, ao lado da Ministra-Chefe da Casa Civil, Cabral já se resguardava.

O Governador do Rio se reforça, fustigado partidariamente pela pré-candidatura do ex-Governador Anthony Garotinho (PMDB?), disposto, ainda, a disputar o cargo por outro partido (PTB?). Suas conversas com outro pretendente, o Prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), poderão até o transformar em candidato ao Senado. Lindberg disputaria, então, o Governo do Rio. Ou vice-versa, Garotinho Governador e Lindberg Senador, criaram o segundo palanque de Dilma no Estado do Rio. Para os estrategistas do PT, a capital fluminense, com reflexos na Baixada Fluminenses, é território do Lula...

- “Precisamos é dos votos do interior do Estado...”.

A frase – dita por petista bem situado – reflete o destaque merecido pelo ex-Governador do Rio, Anthony Garotinho (PMDB), que acaba de confirmar seu prestígio – sobretudo no norte fluminense – com a eleição da mulher, a ex-Governadora Rosinha (PMDB) para a Prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ). Nas eleições de 2006, em menos de trinta dias, já havia transferido mais de duzentos mil votos para o Deputado Federal Geraldo Pudim (PMDB), seu candidato.

E garotinho foi o único Governador a eleger seu sucessor – a própria mulher, Rosinha (2002) – e o sucessor dela, o atual Governador, Sérgio Cabral (PMDB). Cabral não teve problema em se consagrar na convenção do partido, absolutamente controlada por Garotinho, que, ainda, lhe ofereceu o candidato a Vice-Governador, na pessoa de seu Secretário de Governo, Luiz Roberto Pezão, ex-Prefeito de Piraí/RJ.

O complicador, entretanto, foi criado pelo próprio Garotinho – que ajudou, ainda que discretamente – à candidatura do Deputado Federal Fernando Gabeira (PV) à Prefeitura do Rio (2008). Nesta eleição, Garotinho elegeu a filha, Clarissa, a Vereadora mais votada do partido (PMDB).

Mas, Gabeira (PV), linha auxiliar do Governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pré-candidato à Presidência da República, está encarregado de criar o palanque serrista no Rio: acabará, também, sendo candidato ao Governo do Estado...

Susto de Cabral

Cabral (PMDB) assustou-se com a ofensiva do Ministro da Infraestrutura, Geddel Vieira Lima (PMDB), para disputar o Governo da Bahia contra o Governador Jaques Wagner (PT). É briga feia, que só poderá ser apartada pelo próprio Presidente Lula, grande e tradicional amigo de Wagner. Geddel se contentaria em ser o vice nordestino, que tantos sugerem à Ministra Dilma Rousseff, se confirmada como candidata presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT).

Mas o que preocupa...

Mas o que preocupa, realmente, o Governador Sergio Cabral (PMDB) é o esforço dos peemedebistas, encabeçados pelo ex-Presidente José Sarney (Renan, Temer, Henrique Eduardo Alves, etc.), em atrair o Governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), para o partido no qual começou sua vida pública: o PMDB! Seria repetir o gesto do seu avô, Tancredo Neves, em 1981, quando se sentiu obrigado a retornar ao PMDB, impedido de fundar o seu PP, pelo Governo do General Geisel.


Neste caso – segundo gosto do próprio Presidente Lula – o vice de Aécio seria Jaques Wagner, do PT. E Geddel Vieira Lima (PMDB) seria candidato ao Governo da Bahia, na aliança PMDB-PT!

Gabeira-Rosinha

O PSDB já pensa em lançar a chapa “Gabeira (PV-PSDB) – Rosinha (?)”, em 2010, para o Governo do Estado do Rio. E o Senador Francisco Dornelles (PP) está colocando o bloco na rua, numa eleição em que nada perde: estará no meio do mandato em 2010. É hora convidativa a riscos! César Maia (DEM), que já se lançou candidato, admitiria ser o vice? Há gente tentando...

Luta contra o relógio...

O Governador Sérgio Cabral (PMDB) percebeu que tem que lutar contra o relógio... E não pode pensar, ainda, que lhe está assegurada a vaga de vice na chapa da Dilma Rousseff (se for mesmo a candidata presidencial de Lula, em 2010!).

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come...

Foi-se o tempo do Barão de Drummond, quando o jogo-do-bicho era algo folclórico e puro. A sucessão beligerante do capo do bicho, no Rio, Castor de Andrade, a morte encomendada de seu filho e herdeiro – além de sucessor no comando do capital mais líquido do crime organizado – Paulinho Andrade, revelaram um mundo no qual a lei do extermínio predominava na solução de pendências.

A maior delas: o domínio da exploração das máquinas caça-níqueis em todas as comunidades fluminenses, com destaque na capital carioca, o Rio. Presos, por condenações corajosas da ex-Juíza Denise Frossard, os banqueiros-do-bicho, mentores do crime organizado na cidade do Rio de Janeiro, foram suplantados pelas casas de bingos – surgidas ao amparo das Leis Zico e Pelé – pelos donos de cadeias hoteleiras e restaurantes de médio-porte (em geral de lideranças da colônia espanhola), que não atuavam na área de segurança privada e individual. Os espanhóis praticavam um jogo inocente, não distribuíam drogas, nem lidavam com armas contrabandeadas por antigos policiais, através do Paraguai (Porto Juan Caballero – Ponta Porã e Cidade del Leste – Foz do Iguaçu, na liderança). Alguns se transformaram em personalidades, através de casas de diversão fina, como o Asa Branca e o Scala, lotados promocionalmente por Chico Recarey, nos anos setenta e oitenta.

Os bingos chegaram até ser fiscalizados pela LOTERJ, durante a gestão ativa do advogado Daniel Homem de Carvalho, grande tributarista da nova geração. Todas as cartelas chegaram a ser chanceladas e vendidas pela LOTERJ, que dedicava a receita a entidades sociais... Com a violenta ação policial conta o acervo – ainda que inativo – das casas de bingo, com violentas operações de apreensões das máquinas desligadas, começou-se a descobrir que estas passaram a ser distribuídas nas periferias da cidade, tanto quanto nas comunidades populares dos morros, sob exploração, guarda e proteção de ex-policiais das milícias.

Chega o carnaval, e as elites se apressam em soltar a franga, nos ensaios e desfiles das escolas de samba, ao lado dos artistas globais e astros de prestigio popular. As escolas de samba Unidos do Viradouro, em Niterói, da família do antigo banqueiro-do-bicho, Monassa, Grande Rio, do ex-banqueiro-do-bicho, Jayder Soares, e a Beija Flor, da preferência do Presidente Lula (te cuida Presidente, não se empolgue como fez o Itamar...), sob o controle da família de Anísio Abraão David, preso por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Esse conluio da burguesia alpinista, nascida do espetáculo da venus platinada, é a primeira a reclamar, com estardalhaço, quando vítima de assaltos ou mesmo tentativas, a que toda a população do Rio está sujeita.

Parodiando o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio, FRIJAN, “o crime organizado que explora o narcotráfico é subsidiado pelas elites consumidoras de droga nas mais sofisticadas festas da zona sul do Rio...”. E de shows na praia de Copacabana...

Com tamanha cumplicidade badalativa, como reclamar, hipocritamente, da violência crescente no País?

Inversão de pauta

- “Qualquer inauguração de obra passaria a ser vista como um ato de campanha antecipada, seria um flanco aberto a ataques de adversários na Justiça Eleitoral. Além disso, as prévias implicariam em uma campanha antecipada, seria um flanco aberto a ataques de adversários na Justiça Eleitoral.”.

A frase do Deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), braço direito do Governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República, de novo, começa a revelar as preocupações da corrente serrista, que sabe – melhor do que todos – as conseqüências e desdobramentos da troca, por Serra – durante o Governo FHC – do Ministério do Planejamento pelo Ministério da Saúde, “onde teria maior e melhor exposição, como pré-candidato à Presidência da República...”.

Não se poderia supor, àquela altura, que de um “bunker”- montado no próprio Ministério da Saúde, por gente como o Delegado Chellotti, da Polícia Federal – seriam deflagradas iniciativas, como a “operação LUNUS”, que estraçalhou a pré-candidatura presidencial (PFL) da então Governadora Roseana Sarney (PFL-MA, hoje PMDB-MA), impedindo-lhe, depois, o retorno ao Governo do Estado (2006). Há, ainda, a mal disfarçada invasão-hacker aos computadores do jornal Correio Brasiliense, fraudando os resultados da prévia, que apontava a franca liderança de Lula...

... e, além disso, toda a logística da montagem da captura dos ALOPRADOS, num hotel de São Paulo, com inexplicável (origem!) quantia em dinheiro para compra de um dossiê que comprometeria os ex-Ministros da Saúde, José Serra e Barjas Negri – hoje Prefeito de Piracicaba (PSDB) com vampiros e sanguessugas, comerciantes de ambulâncias superfaturadas para Prefeituras, na órbita de verbas do Ministério da Saúde. A mídia oficialista foi acionada para a unânime condenação, para a pretensa existência do tal dossiê... esquecida qualquer curiosidade sobre o seu conteúdo... Além do tal diferencial amazônico... Que acabou não funcionando!

Ora, montar dossiês não é crime! A imprensa investigatória (ou chantagista!) o faz, constantemente. Crime é tentar extorquir alguém, de posse de dossiê, como costumava fazer, por exemplo, o jornalista Alexandre Baungarten, arrendatário da moribunda (e já então desmoralizada revista O Cruzeiro). Acabou assassinado pelos seus próprios companheiros da tal “comunidade de informações”. O General Nilton Cruz, chefe dos órgãos de segurança no Rio, acusado de mentor intelectual e ordenador deste assassinato, foi absolvido pela Justiça.

A mesma técnica serrista impeliu o episódio dos cartões corporativos, quando se tentou envolver a Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que transformou “tal limão, numa limonada...”. Aproveitou chance que lhe deu o líder do DEM (ex-PFL), Senador Agripino Maia (DEM-RN), até hoje arrependido por sua infeliz intervenção, relembrando a vida pregressa de militante da luta armada da Ministra. Ela acabou ganhando a solidariedade de todo o País na repulsa às torturas de que foi vítima!

Recordando

PRECATAS... PRECATÓRIOS...

- "Eu vou continuar distribuindo “precatas” (sci) por ocês!"

E, assim, o ex-Governador Miguel Arraes de Alencar – um espontâneo marqueteiro de si mesmo – explicava aos grotões de Pernambuco, o grande flanco aberto, contra o seu Governo, na CPI dos Precatórios, comandada com estardalhaço, no Senado, pelo seu grande amigo, o Senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Requião chegou até a afirmar que “colocava as mãos no fogo por (seu amigo) Arraes...”. Queimou-as, quando descobriu o grau de comprometimento do neto de Arraes, hoje Governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na aquisição dos títulos podres, no que denominou da tal “cadeia da felicidade!”.

De pouco adiantou o trabalho da CPI dos precatórios. Claro que ninguém foi para a cadeia, nesta tal “cadeia-da-felicidade”, operada por um conjunto de instituições do sistema financeiro. O então Presidente FHC acabou obrigando o Tesouro Nacional a trocar os títulos frios (falsos!) por títulos verdadeiros do Tesouro. Causando (claro!) enorme rombo público!

Em tempo: “precatas” (sic) é como o homem do interior (dos grotões de Pernambuco) chama as famosas “alpercatas” – peças importantes no uso e nos hábitos regionais – distribuídas nos Governos de Arraes...

Arraes convenceu-os que lhe estavam levando ao purgatório (precatórios) pela insistência em distribuir as tais “precatas” ao povo pernambucano...

Precisamo-nos defender dos que querem-me impedir de continuar distribuindo as precatas!“ Sic transit gloria mundi...

A sucessão será mineira

A entrevista dada a uma revista semanal pelo Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), longe de credenciá-lo como vice-catalizador de identidade crítica do inconsciente coletivo para a chapa presidencial de José Serra (talvez com o próprio Jarbas como vice), pode ter, afinal, um tiro saído pela culatra.

Já está visível que – qualquer que seja o destino das prévias do PSDB – ficou praticamente impossível uma chapa puro-sangue, Serra-Aécio (PSDB). E, agora, ficou muito provável que o Presidente Luís Inácio Lula da Silva saia, mesmo, candidato ao Senado por Pernambuco, sua terra natal. Sorte do Senador Jarbas Vasconcelos que, em 2010, estará no meio do seu mandato senatorial!

Mas, com a eventual candidatura de Lula ao Senado, o próprio PMDB pernambucano se encarregará da “fritagem” de Jarbas. Ele diz que não é candidato ao Governo do Estado – que governou, por dois mandatos, em aliança com Mendonça Filho (ex-PFL, agora DEM) – mas, esteve cotado, como homem do nordeste, para a chapa de Serra que, agora, terá que procurar outro nome... que agregue mais simpatizantes.

E Jarbas, ainda, terá que enfrentar, mais amplamente, a acusação de trânsfuga, que lhe foi vestida pela então Governadora do Rio, Rosinha Garotinho, hoje Prefeita de Campos dos Goitacazes. A chapa Jarbas Vasconcelos (PMDB)-Mendonça Filho (ex-PFL, DEM) foi a maior responsável por esta acusação. Afinal, governou Pernambuco, de 1999 a 2006! Mendonça Filho até governou Pernambuco, o que parecia impossível, em condições normais, sem o endosso e os votos de Jarbas. Tanto que, embora, a frente do Governo, não tenha conseguido a reeleição (2006)! Mas, Jarbas também é criticado pelos históricos (raros) do partido, por sua estratégica e oportunística saída do PMDB, em meados dos anos 80, para disputar (e ganhar) a Prefeitura do Recife, contra o candidato escolhido em convenção do partido (Sérgio Murilo). Já empossado na Prefeitura (dispondo da estocagem de cargos) negociou seu retorno ao PMDB.

É claro que a procedência das suas acusações dá-lhe ressonância. Mas, o que as minimiza, afinal, é a inconsistência do arauto. O que – desde já – limita a ressonância das mesmas, embora as esperanças de danos à imagem do maior partido nacional – o PMDB – cause comemoração às oposições (PSDB, DEM e PPS), que estão percebendo o chamado risco – flutuante, que acabou atingindo à candidatura de Serra.

Ele parecia até hegemônico, ante a impossibilidade de um terceiro mandato, agora, rejeitado por Lula...

Inflado – a patamares até inverossímeis para a razão – Lula vive em estado de graça. Serra também vivia, privilegiado, como o segundo nome numa sucessão presidencial, que não podia ter Lula. Afinal, desfruta, o recall de três campanhas à Prefeitura de São Paulo (1988, 1996 e 2004, só esta vitoriosa!), uma ao próprio Governo de São Paulo (2006) e uma à Presidência da República, sendo Senador (1994-2002) e tendo sido duas vezes Ministro de Estado (Planejamento e Saúde), sendo nomeado para o Ministério da Saúde para obter máquina-de-campanha. Aliás, sofisticadíssima, nas áreas policial e de informações... O Delegado Federal Chellotti que o diga!

Iludido, quanto a esta hegemonia, Serra cometeu o chamado erro da arrogância: cooptou o aliado paulista, no qual seu adversário, Aécio Neves, depositava grandes esperanças de ajuda! Aécio, sentindo a estocada, jogou a campanha na rua. Agora, as prévias do PSDB se tornaram sério problema para Serra. Aécio provou que não será esmagado! E, ganhando ou perdendo, rachará o partido!

Serra acabou espremido, entre o mineiro Aécio e a mineira Dilma, candidata de Lula! Com o risco da reta final da campanha encontrar na Presidência da República outro mineiro: José de Alencar!