sábado, 28 de março de 2009

Exportações

No passado, aquela política do “exportar é a solução”, do Ministro Delfim Neto, objetivava dar garantias de pagamentos aos nossos emprestadores.

O Brasil necessitava de divisas, a qualquer custo! Importava até o supérfluo, com exagero! Além disso, valores de empréstimos eram aumentados, em demasia, para o fechamento de contas... As exportações serviam, ainda, para caucionar a dívida externa, além de viabilizar a grande remessa de lucros das empresas transacionais, incontroláveis. E, também, a grande exportação de capitais, através de contas CC-5, como no escândalo do BANESTADO, no exterior (USA, Cayman, etc.).

“MAMATAS” e “NEGOCIATAS”

Façamos uma abordagem das exportações nas Eras Delfim Neto e FHC.

O exportador tinha direito à antecipação, em dinheiro, do valor da exportação, com um ano para prestar contas. A maioria retirava o dinheiro e o aplicava no mercado financeiro a quase 20% ao mês. E se endividava apenas a 7% ao ano... E só promovia a exportação na reta final, às vésperas do vencimento do prazo de pagamento da antecipação.

Outra coisa: através de operação triangular, subfaturava o valor da exportação. Vendia para uma Trade cúmplice no exterior, a preço aviltado, e ela revendia os produtos ao preço de mercado, retendo a diferença.

Na Argentina igual política foi levada a efeito pelo ex-Presidente Carlos Sul Menen. A situação complicou-se, agora, quando o casal Kirchner, através da Presidente Cristina, achou que era momento de taxar a exportação dos produtos agrícolas, única riqueza internacional de um País saqueado nas últimas décadas pelo imperialismo transnacional do capital avarento e parasitário. E com brutal déficit energético.

No Brasil de FHC os banqueiros (setor mais poderoso de nossa burguesia) atiraram-se com gulodice às novas oportunidades dos bons negócios, que a Era FHC proporcionava. Juros altos, PROER, liberação das tarifas, privatizações, incorporações e fusões, falências, financiamentos de importações... Era a festa!

Uma festa que levou à euforia de alguns setores, que sonharam a formação de imaginado e poderoso capital nacional, como aconteceu em economias do primeiro mundo. Os cinco maiores bancos brasileiros, aproveitando a asfixia da burguesia industrial, comercial e agrária, aumentaram seus investimentos (e controle) em empresas de fora do mercado financeiro, em mais de 60%. Com a privatização-doação de estatais, a preços aviltados, depois, então, fizeram a festa: desfizeram-se de algumas, obtendo lucros fabulosos, imensuráveis...

Este capital financeiro, ao especular nas bolsas de mercadorias (commodities), inflou o preço dos alimentos. Veio a crise, sobretudo especulativa. Antigos produtores rurais vivem, agora, em habitações precárias, de baixa renda, sem se beneficiarem da venda destas commodities agrícolas e, paradoxalmente, ao comprá-las para seu consumo. Acontece que o Governo não intervém, efetivamente, para colocar justiça e ordem nestas questões. Não há tabelamento de preços, como havia até 1964, Conselho Interministerial de Preços (o CIP e a SUNAB – Superintendência Nacional de Abastecimento – foram extintos, quando deveriam ser mantido, ainda que higienizados dos seus vícios.

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