sexta-feira, 20 de março de 2009

Quem com Serra fere, com Serra será ferido

Já não convence a tese de que o Governador de São Paulo, José Serra (PSDB), seria o grande pré-vitorioso às eleições presidenciais de 2010! Na verdade a pré-campanha de Serra – aparentemente hegemônica, ante a impossibilidade do Presidente Lula disputar um terceiro mandato – começou a fazer água por todos os lados, quando num lance arrojado, cooptou o ex-Governador Geraldo Alckmin (PSDB), tido, até então, como simpatizante da candidatura do Governador mineiro Aécio Neves (PSDB).

Aécio sentiu a estocada, devolvendo-lhe o tranco, com a defesa das “prévias” no partido, acabando com a destinação monocrática (de FHC, sobretudo!) da escolha de outro candidato de São Paulo à Presidência da República pelo o partido. A verdade é que, desde Mário Covas (1989), Serra (2002), Alckmin (2006) – passando por FHC (único eleito – 2004 - e depois reeleito em 1998), o partido passou a ser mero apêndice da política do poder paulista, que os diretórios estaduais do País inteiro, e seus eleitos, não suportam mais. O Senador tucano cearense, Tasso Jereissati (PSDB), já viu seu grande aliado, Ciro Gomes, deixar o partido por isso.

O PSDB de Minas, ante a ruína de Eduardo Azeredo (que não conseguiu a reeleição em 1998, derrotado pelo ex-Presidente Itamar Franco), envolvido nas origens do “mensalão” (com seu Vice, Mares Guia, Valério, Bancos Rural e BMG, etc.) recuperou-se nos dois mandatos de Aécio Neves.

O PSDB do Rio de Janeiro, falido na ruína de Marcelo Alencar e com a saída de Sérgio Cabral (para o PMDB), foi obrigado a recorrer aos préstimos do Partido Verde, com o Deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) para fixar seu pé na capital. Embora, ainda verde, Gabeira chega a ser apontado como possível candidato até à Presidência da República (como Barak Obama tupiniquim), por quem não aceita o racha (nem a polarização bipolar) entre Aécio-Serra...

SUL, NÃO TÃO MARAVILHA

Com a provável liquidação eleitoral da Governadora gaúcha, Yeda Crusius, as ameaças que pairam sobre o mandato do Governador catarinense, Luís Henrique (PMDB), que já se indispôs com Serra (2002), pulando no palanque de Lula e salvando a sua eleição, e com o inegável “racha” entre o Prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) e o Senador Álvaro Dias (PSDB), influente preferência do Diretório Nacional do partido, o pré-candidato presidencial do PSDB não pode, a rigor, contra com a tradicional preferência do eleitorado dos Estados do Sul.

No Rio Grande o Senador Pedro Simon (candidato ao Governo?), o Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e o ex-Governador Germano Rigotto, são nomes do PMDB muito mais fortes do que Yeda Crusius... no caso de tentativa de reeleição.

Resta, apenas, saber como marcharão o PSOL, de Luciana Genro, o PCdoB, de Manuela D’Avila, e o PT, do Ministro Tarso Genro, que não esquece a derrota de 2006. Aliás, é voz corrente que, no afã de tirar Tarso Genro do segundo turno (2006), o PMDB, de Germano Rigotto, engordou os votos de Yeda Crusius (PSDB), não mais conseguindo-os retirar... A manobra acabou prejudicando-o! O tiro saiu pela culatra!

Nos EUA, nas eleições do ano passado, Bush Filho e a CIA potencializaram o desconhecido Barak Obama, para estraçalhar a, até então, hegemônica Hillary Clinton, e, também, depois, perderam o controle do pleito. Milhares de pequenas contribuições incontroláveis (via internet, inclusive) chegaram às contas da campanha de Obama, num resultado semelhante ao que ocorreu no Brasil, em 1960, quando o Movimento Popular Jânio Quadros multiplicou garrafões de vidro (transparentes) por praças e logradouros de todo o País, na continuidade da campanha do “Tostão contra o milhão!”.

Era convincente todas aquelas notas (cruzeiros) de pequena monta, vistas pela multidão nos garrafões de vidro pro todo o Brasil...

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